terça-feira, 15 de janeiro de 2013

PAÍS: Bastonário considera lamentável que Governo não siga efeitos da crise na saúde

O bastonário da Ordem dos Médicos considerou, esta terça-feira, uma falta lamentável que o Governo não antecipe nem acompanhe o impacto das medidas de austeridade na saúde, numa altura em que as necessidades da população tendem a aumentar.
"A crise económica e social tem implicações graves e conhecidas na saúde. É uma omissão lamentável que se perpetue a não antecipação do impacto esperado na saúde de muitas das decisões financeiras tomadas como resultado da falta de sistemas de verificação apropriados dos efeitos negativos da crise", declarou José Manuel Silva. O bastonário falava numa conferência de imprensa em Lisboa na qual foi apresentada uma carta assinada pelos presidentes das associações de médicos de Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda. No documento, os médicos consideram que, ao não anteciparem os efeitos da crise, os Países deixam de conseguir dar uma efectiva resposta atempada aos efeitos adversos que as dificuldades financeiras provocam.
Os signatários adiantam ainda que os princípios políticos europeus exigem que todas as políticas públicas adoptadas tenham em conta o impacto na saúde. "Isto não está a acontecer na Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal". Para o bastonário da Ordem dos Médicos, os Países estão a tentar curar uma crise com os mesmos males que a provocaram, frisando que os serviços de saúde públicos não têm as verbas suficientes para o que é necessário. "Nos últimos dois anos, com a intervenção externa, primeiro tomam-se decisões de carácter financeiro sem previsão sobre o impacto no bem-estar das pessoas. Depois, vê-se se a economia cresce e depois sai o carro vassoura e recolhe os feridos e os que sofreram as consequências da crise", lamentou. Em Portugal, a carta foi subscrita pelos ex-ministros da Saúde Paulo Mendo e Maria de Belém Roseira, entre outros.
Fonte: LUSA

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