As propostas do BE e do PCP, que recomendavam ao Governo o
aumento imediato do rendimento mínimo mensal garantido, (RMMG) dos 485€ para os
515€ e uma nova subida em Julho para os 545€, contaram com os votos contra do
PSD e CDS-PP e a abstenção do PS.O deputado socialista Nuno Sá disse no plenário que "não estamos no campo da demagogia nem do populismo nem das excitações parlamentares. Esta matéria deve ser discutida com seriedade e serenidade no espaço próprio que é o da Concertação Social. É aqui que deve ser conseguido um acordo para aumentar o Salário Mínimo Nacional”.
Pelo PSD, a deputada Teresa Santos lembrou a "extrema fragilidade" do actual mercado laboral, insistindo que o aumento do RMMG nesta altura "não é prioritário", nomeadamente porque representaria um aumento de custos para as empresas num contexto de crise económica. Para a deputada, o Governo deve neste momento centrar-se em medidas de combate ao desemprego.
Artur Rêgo, pelo CDS, lembrou que "aquilo que parece um pequeno aumento poderá, neste momento, pôr em risco a estabilidade financeira de muitas Pequenas e Médias Empresas", defendendo que o debate sobre esta matéria seja retomado num clima de recuperação da economia.
A deputada bloquista Catarina Martins, disse que "aos primeiros sinais da crise este Governo decidiu congelar o salário mínimo. Foi um erro. É um agravar da espiral recessiva".
Jorge Machado, do PCP, insistiu durante o debate que não aumentar o RMMG é "uma opção política", lembrando que "quem trabalha e recebe o salário mínimo vive com rendimentos abaixo do limiar da pobreza".
Recorde-se que o Governo de José Sócrates assinou em 2006 um acordo com os parceiros sociais que previa o aumento gradual do salário mínimo de modo a que este fosse fixado nos 500€ a 1 de Janeiro de 2011, mas hoje, em Janeiro de 2013, o mesmo continua a fixar-se nos 485€.
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