terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ECONOMIA: CCP prevê “grande confusão” no processamento de salários

Devido ao atraso do Governo na divulgação das novas tabelas de retenções na fonte, a Confederação do Comércio e Serviços (CCP) antecipou, esta terça-feira, uma “grande confusão” para as empresas, que terão de efectuar vários processamentos de salários.
À saída de um encontro com a CGTP, o presidente da CCP, Vieira Lopes, lamentou a “metodologia que o Governo usou para atingir estas alterações de tabelas, bem como a própria lei dos duodécimos”. Vieira Lopes antecipou que a divulgação das novas tabelas de retenção na fonte a 14 de Janeiro, numa altura em que algumas empresas já processaram os salários correspondentes ao corrente mês, “vai dar uma grande confusão e, nomeadamente, levar a vários processamentos salariais”. Relativamente ao sector privado que, de acordo com o despacho do Governo, poderá apenas aplicar as novas tabelas em Fevereiro, Vieira Lopes entende tratar-se de uma medida positiva.
Já o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que esta manhã esteve reunido com a CCP durante duas horas, a pedido da central sindical, afirmou por seu turno, que se por um lado, “anuncia que vai avançar com os duodécimos fazendo subir o rendimento mensal dos trabalhadores, omitiu propositadamente que com a redução de oito para cinco escalões grande parte dos trabalhadores vão passar a descontar mais impostos”. O sindicalista sublinhou que o Executivo “esqueceu-se de referir que vai haver uma redução significativa das deduções para a saúde, habitação e educação e de referir que quando chegar a altura de os trabalhadores receberem os subsídios de férias e de Natal vão receber muito menos”.
As tabelas de retenção na fonte que foram divulgadas ontem, segunda-feira, reduzem o número de escalões de IRS de 8 para 5, cria uma taxa adicional de solidariedade de 5% para rendimentos superiores a 250 mil euros e determina que a taxa de 2,5%, já existente, se aplique aos rendimentos superiores a 80 mil euros. Com estas medidas, a taxa média efectiva de IRS deverá passar de 9,8% para 13,2%, um aumento superior a 30%.

Sem comentários:

Enviar um comentário