"Suspeitamos que o Governo vá abrir concurso para novas
rádios e é um erro tremendo aumentar o número de rádios a operar quando não há
mercado para as existentes", afirmou à agência Lusa José Faustino,
presidente da APR. O responsável vai
mais longe, dizendo que as novas licenças são resultado de
"influências" exercidas junto do Governo para a abertura de novas
rádios em ano de eleições autárquicas.
"Esta suspeita levanta-se com a atitude tomada pelo
deputado Mendes Bota ao querer uma rádio para Faro, concelho onde já existiram
três rádios, que não se aguentaram do ponto de vista económico. Suspeitamos
também de mexidas para Alter do Chão e para dois concelhos do distrito de Vila
Real", concretizou José Faustino.
Questionado pela Lusa, o secretário de Estado Adjunto dos
Assuntos Parlamentares, que tutela o sector, não confirmou a intenção de abrir
novos concursos, escusando-se a tecer comentários. "Se o motivo são as
eleições autárquicas, de nada serve abrir rádios, porque abrir concursos, concorrer,
analisar candidaturas e instalar uma rádio nunca demora menos de nove meses até
a rádio começar a operar", sublinhou.
De acordo com a APR, 20 rádios perderam o alvará em 2012, em
resultado da crise no sector, e muitas estão a passar por problemas
financeiros, sendo obrigadas a reduzir trabalhadores e despesas. "A situação das rádios tem vindo a
piorar, porque ao baixar o consumo interno, há menos vendas, logo menos
investimento em publicidade e menos receitas para as rádios", apontou. Face
ao contexto, a APR entregou ao Governo um documento 'Em Defesa das Rádios
Portuguesas', no qual propõe "um programa Simplex para o sector", com
medidas que passam, por exemplo, pelo financiamento das rádios com parte da
percentagem da taxa de audiovisual para incentivar a produção própria de
conteúdos informativos e culturais.
Fonte: LUSA
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