Nas últimas semanas, “Grândola Vila Morena”, tem sido
entoada por cá e também além-fronteiras, numa clara acção de protesto contra as
políticas dos respectivos Governos. Por cá, o primeiro-ministro Pedro Passos
Coelho viu o seu discurso interrompido em pleno Parlamento. O ministro dos
Assuntos Parlamentares Miguel Relvas foi surpreendido quando discursava no
Clube dos Pensadores no Porto e horas depois foi mesmo impedido de discursar no
ISCTE em Lisboa. O ministro da Saúde Paulo Macedo foi também interrompido numa
conferência na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em
Madrid, a mesma música foi cantada por milhares de pessoas numa manifestação
contra o Governo de Mariano Rajoy. Pelo andar da marcha, arriscamo-nos em
dizer, outros seguir-se-ão.
“Grândola Vila Morena” é uma das músicas do álbum “Cantigas
de Maio”, editado em 1971 e tornou-se célebre sobretudo porque serviria de
segunda senha oficial, utilizada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) na
Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974 que instaurou a democracia em
Portugal. A Rádio Azul, assinala que o seu autor, José Manuel Cerqueira Afonso
dos Santos, mais conhecido por Zeca Afonso viria a falecer a 23 de Fevereiro de
1987, faz este sábado precisamente 26 anos. O trabalho de Zeca Afonso é
reconhecido e apreciado pelo país inteiro com a incidência política que as suas
canções ganharam. Indiscutivelmente representa uma parte muito importante da
cultura portuguesa. Muitas das suas músicas continuam a ser gravadas por
numerosos artistas portugueses e estrangeiros, o que faz de Zeca Afonso um dos
compositores portugueses mais divulgados a nível mundial.
JPR
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